XII Conlab Congresso Luso-Afro-Brasileiro

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Mensagem de Boas-Vindas

Os Congressos Luso- Afro- Brasileiros têm sido, desde a sua primeira edição em 1990, um dos mais importantes encontros de cientistas sociais e das humanidades dos países de língua oficial portuguesa. Têm sido, sem sombra de dúvidas, um espaço pluri e transdisciplinar, reagrupando intelectuais de todas as disciplinas das ciências sociais e das humanidades, num importante esforço de promoção da reflexão e partilha de produção científica, almejando ao mesmo tempo a criação, consolidação e internacionalização da produção científica em língua portuguesa.  De igual modo, tem sido preocupação desses Congressos, por um lado, a busca da institucionalização de parcerias no domínio da pesquisa em ciências sociais e humanas nos países de língua portuguesa e, por outro, constituir-se num espaço de exploração e promoção de ideias e projetos relevantes para o desenvolvimento da paz, da democracia e da inclusão num contexto global de profundas e rápidas transformações.

O tema do XII CONLAB, o primeiro a realizar-se após a criação, em Salvador da Bahia, da AICSHLP, propõe ser um catalisador de uma reflexão que recupere a trajetória dos onze congressos realizados, apontando os ganhos que as ciências sociais e humanas dos Sete tiveram e as pontes construídas para a sua consolidaçãoenquanto áreas de saber e a busca de um maior protagonismo no espaço global da produção conhecimento, ainda marcado por clivagens epistemológicas, teóricas e políticas condicionando, quando não subalternizando o fazer ciência em língua portuguesa.

Do mesmo modo, a nível interno aos países falantes do português, o grau de institucionalização, consolidação e de desenvolvimento das ciências sociais e humanas é diverso. Enquanto o Brasil e Portugal têm um sistema de desenvolvimento do ensino e da investigação implantado, ao mesmo tempo em que têm sido importantes parceiros na formação de pesquisadores dos países africanos de língua portuguesa e do Timor Leste, nos restantes países, as ciências sociais ainda têm um caminho a percorrer.

Nas últimas décadas, com particular realce para os últimos dez anos, tem- se assistido em todos os países africanos de língua portuguesa um esforço interno importante de criação de um sistema de ensino em ciências sociais e humanas, e com um grau menos significativo, um sistema de pesquisa. Angola, Cabo Verde e Moçambique têm dados passos significativos e que se tem traduzido no aumento do número de cursos e profissionais nestas áreas, assim como de publicações. Ainda que iniciante na atividade de pesquisa em instituições de ensino superior existentes no país, S. Tomé e Príncipe tem buscado institucionalizar o ensino universitário público, recorrendo, entre outras, a parcerias com instituições universitárias brasileiras.

A Guiné-Bissau desenvolveu um sistema de investigação cientifica em ciências sociais e humanidades no âmbito do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), mas conheceu na última década um recuo significativo. Como consequência, e, ainda que Faculdades e Universidades tenham sido entretanto criadas, registou-se uma inflexão na dinâmica da pesquisa na área das ciências sociais, em grande parte devido à instabilidade política e militar, emigração  dos quadros guineenses e à diminuição da presença de pesquisadores estrangeiros no país.

Timor Leste constitui o mais novo membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa depara-se com um forte desafio, a um só tempo, da institucionalização do Estado independente, fautor da nação, e um posicionamento linguístico e cultural oscilando entre várias línguas. Em todo o caso, a decisão política de se erigir a língua portuguesa como uma das línguas oficiais e a crescente posição que o português tem assumido nas políticas universitárias das ciências sociais em Timor-Leste trazem os colegas timorenses à comunidade de cientistas sociais em língua portuguesa não apenas pela integração, mas principalmente pelo contributo ao seu ainda maior alargamento e pluralismo de perspectivas.

O processo de maturação do campo da pesquisa em ciências sociais e humanas encontra-se ainda longe de se constituir como espaço de referência e de reconhecimento no quadro global. A produção do conhecimento em ciências humanas e sociais conheceu nas últimas décadas um maior reconhecimento a nível global, o que é demonstrativo do percurso feito e de melhorias substanciais verificadas em quase todos os países de língua oficial portuguesa. Contudo, a crise econômica e financeira que se revelou a partir de 2008 e que se estende até os dias hoje começa a impactar o sistema de ensino e investigação científica, traduzindo-se, nomeadamente, num desinvestimento área das ciências humanas e sociais. A situação atualmente vivida em Portugal mostra as inflexões em curso no domínio da política científica, tocando de forma particular e preferencial as ciências sociais e as humanidades.

Neste contexto, o tema do Congresso “Imaginar e Repensar o Social: Desafios às Ciências Sociais em Língua Portuguesa, 25 anos depois” se mostra de uma atualidade acrescida e instigante para os cientistas sociais que produzem em língua portuguesa e nos países falantes do português: reconstruir reflexiva e criticamente os 25 anos do CONLAB e, mais do que isso, perspectivar o futuro se mostram cruciais para as ciências sociais e humanas  nos nossos países. Somos, por conseguinte, chamados a um exercício de imaginação capaz de permitir delinear estratégias científicas e políticas de promoção do desenvolvimento do ensino e da pesquisa em Ciências Sociais de forma a buscar consolidar essa área do conhecimento, bem como o seu reconhecimento nos espaços nacionais dos países de língua portuguesa e no mundo.

O XII Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Língua Portuguesa será organizado  em duas partes: a primeira consistirá no evento científico subordinado ao tema “Imaginar e Repensar o Social: Desafios às Ciências Sociais em Língua Portuguesa, 25 anos depois”. Esta parte estará organizada em sessões plenárias (conferências) e paralelas (mesas coordenadas e Grupos de Trabalho). Membros associados e a comunidade de pesquisadores em ciências sociais e humanas dos Sete países falantes do português e demais pesquisadores desses espaços são convidados a participar do evento. A segunda parte consistirá da dimensão institucional destinada à realização das reuniões estatutárias dos órgãos da AICSHLP, destacando-se a reunião da Assembleia Geral, com a eleição de novos membros dos órgãos da Associação a tomarem posse em 2016.

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Última actualização 2017-01-27